‘Causaria grande impacto ambiental’, diz Barroso sobre implementação do voto impresso

barroso

No discurso de abertura dos trabalhos do TSE para o segundo semestre, Luís Roberto Barroso, presidente do tribunal, rebateu as recentes acusações de fraude eleitoral feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. Assim como o presidente do STF, Luiz Fux, Barroso não chegou a mencionar o nome de Bolsonaro em nenhum momento e disse que trata os ataques e acusações com indiferença.

Ao defender novamente o sistema de votação eletrônica, o ministro argumentou que o voto impresso teria custo altíssimo e grande impacto ambiental, uma vez que o Brasil conta com 150 milhões de eleitores.

De acordo com Barroso, as urnas com as cédulas também precisariam ser transportadas e armazenadas durante semanas, o que cria a possibilidade de sumiço e supressão.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/2019, do voto impresso, está em tramitação na Câmara e deverá passar por votação nesta quinta-feira (5).

Confira o trecho do discurso sobre o assunto:

Mas o voto impresso – nós vamos ter cerca de 150 milhões de eleitores – além do custo de comprar as impressoras, além do impacto ambiental dos 150 milhões de votos impressos, eles precisam ser transportados. Num país em que ocorre roubo de carga, em um país que tem milícia, em um país que tem PCC, em um país que tem Amigos do Norte, em um país em que tem Comando Vermelho, nós vamos transportar pelas ruas e pelas estradas esses votos. Sendo que, em locais remotos, os votos vão de barco, de canoa, a pé. Portanto com risco de sumiço e supressão das urnas.

Além disso, eles vão ter que ser armazenados por semanas, e mais que tudo e pior que tudo, a ideia de uma recontagem manual de 150 milhões de votos vai nos levar ao passado de fraudes do qual nos libertamos. Em que sumia urna, as urnas apareciam infladas por votos falsos, fiscais comiam voto durante a apuração. Basta perguntar a qualquer juiz eleitoral que tenha presidido uma junta apuradora para saber como era e do que nós nos livramos desde que moralizamos o sistema eleitoral brasileiro com o voto eletrônico. Outros países não adotam o voto eletrônico, mantêm o voto em papel, é verdade. São países que não tiveram os problemas que nós tivemos: com coronelismo, com voto de cabresto, com compra de votos, com mapismo, com eleição a bico de pena